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domingo, 30 de dezembro de 2012

O padre matou o bispo

O Crime do Padre

Olá pessoal!
Depois de um tempo sem postar tenho o prazer de lhes apresentar um texto muito interessante. Eu o adquiri nas ruas de Garanhuns, junto ao amigo Dedé Seixas e me chamou bastante atenção. É um pequeno folhetim sobre "O padre matou o bispo", infelizmente 'sem autoria' ou ano de escrita. Como sabemos que em Garanhuns textos dessa natureza são escassos resolvi disponibiliza-lo para visualização e não para download, pois é um textos de terceiros. Espero que deleitem-se com um pouco da história da nossa cidade e possam também compartilhar um pouco das experiências de leitura da nossa história.







sexta-feira, 17 de agosto de 2012

História: A arte de inventar o passado - Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Cap.1 - A hora da estrela: História e Literatura, uma questão de gênero?)

História: A arte de inventar o passado - Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Cap.1 - A hora da estrela: História e Literatura, uma questão de gênero?)

A relação entre história e literatura é um tema amplamente discutido no universo dos historiadores, principalmente depois da virada linguística que coloca a linguagem e a narrativa no centro dos debates sobre a construção histórica. Estas então passam a ser entendidas como elementos inerentes a escrita histórica. O destaque passa a ser dado a textos que discutam a escrita da história e a sua diferença em relação ao texto literário, citando como exemplo as obras de Michel de Certeau. Ao diferenciar história e literatura os historiadores relegam a segunda  um lugar de cunho "pejorativo". Albuquerque Júnior (2007) pergunta então o porquê dessa postura e propõe pensar a historia e a literatura juntas.
Albuquerque Júnior (2007) diz que em primeiro lugar a história tem o compromisso com o fidedigno, o real, mas, o que seria esse real? O real não é o concreto, mas aquilo que é mais passível de ser apreendido, não é a verdade, mas o que escapa dela, a vida pura, o cotidiano doloroso, a existência. A partir daí começa-se a discutir três instâncias: o imaginário, o simbólico e o real. O imaginário seria as identificações que dão contorno ao sujeito. O simbólico os significantes do ser produtor de linguagem, os dois de relacionam numa teia como a vida.
O imaginário ou a linha de simulação como denomina Delleuze e Guattari é a instância que afronta o real para lhe dar forma dotando-o de significados, entretanto, na historiografia, tem se situado na linha da territorialização, relegando a outros campos, como o da arte e da literatura, o direito do não objetivado, o não humano, a desrazão, as forças de fora.
A história emerge como discurso ainda no período clássico da Grécia Antiga  pela "voz" dos poetas e dos sofistas como um saber prosáico, num espaço desconfiado, entre verdade e a visão. A história para ganhar credibilidade virou seca, fria e objetiva. Essa racionalização evidencia o medo do homem representar-se fora da razão, de mostrar diversos aspectos da vida. Esse tipo de escritura nos remete a separar o pensamento trágico e sentimental, pois estes são elementos fundantes da literatura e que podiam interferir na concepção de verdade dos fatos, tão defendida durante muito tempo. 
A história seria então a narrativa do homem que sai da barbárie para um processo civilizatóri,o que buscava esclarecer como viviam os homens de outros tempos. No século XVIII, quando no iluminismo, a história é "modelada" como ciência é vista como elemento que transcende o próprio homem. A busca do sentido da vida sai do aspecto sagrado e passa a entender a vida como profana, rodeadas de fatos ocasionados a partir de uma racionalidade apreendida. É então que a literatura absorve a subjetividade como elemento proibído na história. A crescente formalização científica da história faz dela abstrata, materialista e racional estoura questionamentos a partir de 1960, quando as atenções são direcionadas a narrativa histórica. A literatura teria um ar doce de sensibilidade e subjetividade poética, a história escreveria aquilo que está fora da vida íntima, a história se contentava com aquilo que se vê, dado ênfase a construção histórica superficial.


terça-feira, 31 de julho de 2012

História: A arte de inventar o passado - Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Introdução)

História: A arte de inventar o passado/2007 - Durval Muniz de Albuquerque Júnior (Introdução)

Albuquerque Júnior(2007) traz nesse ínicio do livro considerações importantes sobre as mudanças teórico-metodológicas na história enquanto ciência e so fazer historiográfico. O autor destaca o papel da concepção contempoânea da história, que passa a considera-la enquanto invenção e como tal está condicionada a processos objetivos, subjetivos, materiais, simbólicos.
Teço um pequeno resumo do que o autor apresenta nesse trecho inicial de sua publicação.
A três décadas várias publicações em campos de estudos diversos associam a história enquanto ciência ao termo "invenção". Essa associação indica concepções em comum acerca da construção social da realidade e a sua apreensão por diversas áreas do saber. O uso dessa palavra se refere ao movimento de inventar, construir e reconstruir as representações histórico-sociais que dão sentido as vivências dos sujeitos todos os dias em tempos distintos. Utilizar o termo invenção também significa estudar a história a partir da descontinuidade, da ruptura, da diferença e da singularidade além de afirmar o caráter específico da produção histórica.
Essa mudança de concepção aparece depois dos anos 20, a partir da associação da história com a antropologia, sociologia, etnografia, psicanálise, entre outras áreas, para se questionar a universalidade do homem, principalmente no que se referia a racionalidade, destacando o papel do historiador como elemento "não-isento" na escrita e na produção do saber histórico. A história passa a ser pensada enquanto discurso e a sua produção de sentido. A linguagem também passa a ser entendida enquanto elemento pertinete de questionamentos histórico, políticos, antropológicos, sociais. A dimensão inventiva se contrapoe a perspectiva da macro-história.A historografia pós- estruturalista, representada por Michel Foucault e a base hermenêutica, representada por Paul Ricoer e Michel de Certeau, dão espaço para análises das práticas simbólicas, das memtalidades, do imaginário, do discurso e entendem que as práticas discussivas tem muito a nos dizer historigraficamente falando.
Duas posturas epistemológicas caracterizam a invenção. Por um lado o papel dos discurso como parte do processo inventivo, como elemento histórico, outra concebe o discurso como uma prática do historiador para revelar sentidos dos objetos. Essa distinção marca a história social e a história cultural, o mundo das coisas e das representações, natureza e cultura.A construção desse imainário e dessa representação viria a partir da materialidade, da realidade, do fato como propunham os positivistas, bem como a partir das representações de cultura, das ideias, do simbolismo. A história social não se opõe ao materialismo da construção do fato histórico, mas considera que não é possível compreende-lo em sua totalidade. O sujeito histórico, humano, plural, simbólico, cultural, ideológico, social não conseguiria dizer todas as coisas, tal qual como elas aconteceram. A compreensão  do momento de invenção deveria levar em consideração os múltiplos agentes, suas práticas, relações sociais, atividades culturais que desencadearam tal evento, diferente da concepção de uma invenção mítica, sem base na realidade, forjada a partir de inteções de uma conjuntura social/politica e que cabe ao historiador perceber essas diferenciações. O historiador deve interpretar as evidências do passado, munido de métodos e conceitos apropriados, pois é a partir disso que o históriador interpreta o que bem entende como evidência.
Albuquerque Júnior (2007) toda invenção do fato histórico se dá no presente, pois, o historiador que narra é homem de seu tempo, como diz Bloch. Por isso, esse sujeito deve conceber que seu ato narrativo é apenas mais uma dobra do imenso arquivo dos discursos e enunciações. O fato e o acontecimento seriam fabricações discursivas que existiriam apenas em seus contextos textuais e esses fatos/acontecimentos só passam a fazer sentido quando contados. Enquanto narradores da história, os historiadores tem ignorado as diversas variáveis dessa constituição. Os conflitos, as alianças, as organizações sociais, as práticas culturais, salientamos assim que todo evento histórico e cultural,  filosófico, politico, simbólico.
Albuquerque Júnior (2007) compara a história a um rio, a sua contrução a um fluxo, as suas concepções as margens. A história arrasta as formas estabilizadas para um intenso fluxo para uma espécie de "olho do furacão". O evento histórico é essa mistura de variáveis e é esse fluxo que dá forma a história, com seu passar incessante, descontínuo, dinâmico. A história fabrica, inventa seu curso e as suas margens no seu passar, mas os sujeitos também inventam a história, assim como as margens formatam o curso do rio. Diferente da  dicotomia das margens, que se alinham lado a lado, a história se articula entre as margens, reprentadas então pelo materialismo e o subjetivismo. No fluxo do rio, nem tudo é passageiro, há continuidades. Essas continuidades são ilhas ou icebergs, representações dos eventos, que são sedimentados e nos permitem inventariar os diferentes tempos, onde podemos nos estacionar  provisoriamente, sempre lembrando que essas ilhas são terrenos interligados e não isolados em si. A história além de fluxo é cristalização, é a articulação entre estrutura, fluxo e evento, além de encontro. Narrar esse encontro é tecer a história, utilizando-se de documentos, ferramentas culturais, perpassando pelo exercício da mediação, esse é o papel do historiador.
Certeau, segundo Albuquerque Júnior (2007), diz que fabricamos a narrativa histórica através da mediação de elementos distintos como tempo, espaço, praticas sociais, cultura, através de métodos, conceitos, estratégias, regras de uma escritura, com estilos, gêneros e convenções, sendo a história um produto elaborado por conseguinte a esse processo. Além de produzir essa mediação o historiador traduz as sociedades e suas culturas em tempos distintos, construindo sua narrativa a partir disso.
Sendo assim, o passado seria uma invenção do presente, ancorados em signos de outrem e por isso ele é parte do próprio presente. Compreendendo dessa maneira poderiamos considerar que no universo historiográficos "aguas passadas movem moinho" sim.


terça-feira, 26 de junho de 2012

Programação do FIG COMPLETA

Festival de Inverno de Garanhuns – Temperatura lá embaixo, Cultura lá em cima!
FIG chega à sua 22ª edição com novidades na estrutura, na programação e consolida política pública de cultura baseada na valorização do artista popular. Luiz Gonzaga é o maior homenageado!
Em 2012, o Festival de Inverno de Garanhuns chega à sua 22ª edição com muito fôlego e novidades. Entre os dias 12 e 21 de julho, 12 polos receberão ações de diferentes manifestações artísticas, além de projetos especiais e iniciativas focadas na formação cultural, como oficinas, debates, encontros e palestras. Só as apresentações musicais somam mais de 300 nomes, entre convidados e selecionados de uma convocatória pública, aberta a artistas de todo o País. Isso confere ao FIG uma maior diversidade, aspecto que também se une a uma preocupação crescente com a qualidade do festival, que este ano homenageia o centenário de Luiz Gonzaga e pauta sua realização nos conceitos de sustentabilidade, empreendedorismo e acessibilidade.
Integrando o circuito do Festival Pernambuco Nação Cultural, o FIG é uma realização do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura de Garanhuns. Juntos, eles têm o objetivo de fazer do festival um mecanismo de fomento à cultura, ao turismo e à economia pernambucana, promovendo o acesso aos bens simbólicos para um número cada vez mais amplo de pessoas.
Música, literatura, dança, circo, teatro, cultura popular, cinema e muitas outras formas de arte fazem do FIG 2012 um dos momentos mais importantes e aguardados do calendário cultural de Pernambuco. São 22 anos de história que ajudaram a consolidar um evento cuja programação é motivo de expectativa a cada edição. Não apenas entre os habitantes da cidade agrestina,
situada a 230 km do Recife, mas ainda entre as milhares de pessoas vindas de outros lugares para aproveitar, no mês de julho, o friozinho de Garanhuns em clima de festival.
Durante dez dias de intensa movimentação, os palcos se preparam para receber atrações locais, nacionais e internacionais. Nos parques, é possível ouvir boa música, assistir a espetáculos de artes cênicas, ver mostras e conferir outras atividades promovidas pelo evento. As ruas são tomadas por cortejos de cultura popular, performances e intervenções urbanas. Vários espaços recebem oficinas e até a praça se transforma num lugar de criatividade e fruição. Tudo isso com acesso gratuito a diferentes públicos, em uma programação quase ininterrupta.
Cada vez mais descentralizado, o evento espalha-se para além dos focos principais, chegando a comunidades periféricas, como o Alto do Magano, local onde fica o mirante do Cristo, e Castainho, no qual vivem habitantes de origem quilombola. Criado no ano passado, o projeto itinerante Um Caminhão de Cultura também contempla bairros mais distantes, levando uma programação maior de música e teatro em relação a 2011. Em 2012 serão dois caminhões, com uma programação que percorrerá 18 localidades de Garanhuns.

BAIXE A PROGRAMAÇÂO EM PDF


http://www.4shared.com/office/whXNEh9G/FIG_2012_-_Release_e_Programao.html

domingo, 15 de abril de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Terceira Parte - PRÁTICAS DE ESPAÇO - Capítulo 8 - Naval e cerceário.

Certeau nesse capítulo usa o exemplo de um trem parado paradar voz aos elementos que constituem a História.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Terceira Parte - PRÁTICAS DE ESPAÇO - Capítulo 7 - Caminhadas Pela Cidade

Certeau neste capítulo usa o exemplo do World Trade Center para mensurar a supremacia econômica do lugar e a rotina de vida da cidade, a sua  constante modernização e o desprezo pelo passado, ele usa a analogia de estar no alto do prédio e dominar o poder.
"As redes dessas escrituras avançando e entrecruzando-se compõem em fragmentos de trajetórias e em alterações de espaços; com relação às representações, ela permanece cotidianamente, indefinidamente, outra."(p. 171)
O autor direciona sua análise para as operações realizadas numa espacialidade  definida, a cidade. O conceito de cidade nasce a partir da necessidade de articulação espacial urbanística e não nasce aleatoriamente, é pensada a partir de três operações: a produção de um espaço próprio, estabelecer um não-tempo, criação de um sujeito universal. A definição de um espaço próprio, um sistema específico e a criação o sujeito cidade, a legitimação dessa delimitação espacial, a partir da junção das várias partes (bairros).
O conceito de cidade passa por diferentes  modulações e Certeau diz que ele se degrada, entretanto a cidade subliminarmente possui leis que a regem de uma forma especificamente própria, é então quando o autor propõe: " analisar as práticas microbianas, singulares e plurais, que um sistema urbanístico deveria administrar ou suprimir e que sobrevivem a seu perecimento." (p. 175)
Certeau, para falar da cidade, parafraseia Foucault, quando se refere as estruturas de poder, como a cidade é gerida, como as práticas sociais são gerenciadas na condução da disciplina e como artes plásticas, foge a essa disciplina e em que espaço, mas se alocam nas práticas cotidianas.Certeau diz ainda que são os passos que espacializam o deslocamento, o caminhar com certeza os mapas humanos , as trajetórias, esta é mais uma legitimação operacional. Certeau comprara as enunciações pedestres, as enunciações linguísticas. Assim ele exemplifica quando se refere ao sistema espacial, a enunciação pedestre tem 3 características: o presente, o descontínuo e o fático.
"É um processo de apropriação do sistema topográfico pelo pedestre (assim como o locutor se apropria e assume a língua); é uma realização espacial do lugar (assim como o ato de palavra é uma realização sonora da língua); enfim, implica relações entre forma de movimentos (assim como a enunciação verbal é 'alocução'm coloca o outro em face do locutor e põe em jogo contratos entre locutores). O ato de caminhar parece portanto encontrar uma primeira definição como espaço de enunciação." (p. 177)
O espaço para Certeau,  é organizado por possibilidades  e proibições que organizam esse sistema, mas o caminhante sempre pode dar um novo significado ao seu espaço. Existe todo um sistema que rege o caminhante. Observe:

A partir disso Certeau fala do tipo de relação que o caminhante mantém com seu percurso, que mudava a cada passo. Ele fala também de retóricas ambulantes, que é a adaptação linguística e a caminhada do pedestre, é a adequação linguística ao contexto espacial onde o caminhante de encontra. A maneira de fazer nesse caso, seria o falar e caminhar. Método logicamente falando,  Certeau prega a análise das maneiras de apropriação do espaço, que corresponde a manipulação de elementos de uma ordem construtora, a transitoriedade e os arranjos linguísticos feitos para isso. Certeau usa de exemplos linguísticos para exemplificar as práticas sociais, dizendo que a medida em que o espaço é considerado específico, por uma linguagem especifíca acaba sendo isolado. Os movimentos nos lugares promovem ausência se continuidades no espaço histórico constituído. No sentido de perceber os elementos históricos através da análise do que é dito, nos lugares comuns podemos ver uma historia fragmentaria, que se encaixam nas práticas sociais.
O discurso é questionado da seguinte maneira:
De onde ele sai?
Por que ele é produzido?
O lugar descrito, ou sonhado é diferente do lugar praticado, o cruzamento dessas descrições constitui o que chamamos de descrição das práticas urbanas.
Ao falar da cidade, da sua constituição linguística na escrita histórica e pensar a transitoriedade do espaço vivido, Certeau diz que , caminhar no espaço da cidade significa sair. Há toda uma simboogia no espaço habitado: o bairro, a rua, o número de casas. As ruas possuem nomes que lhe qualificam.
O sentido da palavra, mais o sentido da caminhada; dois movimentos: A caminhada produz a tessidura urbana, ao passo que a palavra lhe direciona. O sujeito altera sua rota impulsionado por movimentos e evocações. Os nomes das ruas, por exemplo, carregarem si uma significação oriunda também das vivências que testemunham.
Há ligações simbólicas entre as práticas espaciais (de caminhada e de deslocamento) e práticas significativas (linguísticas), o crível (o que é possível), o memorável e o primitivo. O espaço torna-se habitável pelo jogo ao qual pertence, pela significação que tem. Na escrita falado e escrito, criam-se superstições pelo nome que o local possui, a cidade assim desfila história em suas palavras. Esses relatos tem a sua essência heterogênea. "Os relatos se privatizam e se escondem nos cantos dos bairros, das famílias ou dos indivíduos, aos passo que a boataria dos meios cobre tudo e, sob a figura da Cidade,nomes próprios, apaga ou combate as superstições culpadas de ainda lhe resistir." (p. 188)
As superstições sobre a cidade ficam restritas a seu espaço interno, bairros, casas, indivíduos... O que se aloja no memorável (memória). Os objetos, as palavras, os lugares são ocos se não damos qualidades memóraveis a eles.
"Os lugares são histórias fragmentarias e isoladas em si, dos passados roubados à legibilidade por outro, tempo empilhados que podem se desdobrar mas que estão ali antes como histórias à espera e permanecem no estado de quebra-cabeças, enigmas, enfim simbolizações enquistadas na dor ou no prazer do corpo. (p. 189)
Nós damos a signifcação ao lugar a partir do momento que existem elementos memóraveis

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Segunda Parte - TEORIAS DA ARTE DE FAZER - Capítulo 6 – O Tempo das Histórias

Como o próprio nome do capítulo já anuncia, ele trara das artes do dizer. Esse tipo de discurso entra no hall da narração, como um recurso, uma maneira de fazer textual, com análise a partir dos títulos daquilo que o texto descreve, como teoria do relato e indissossiável a teoria das práticas, compreendendo as imbricações sociais que ligam as artes do fazer as artes do dizer. Não se trata de uma descrição sumária da realidade, sem interpretadões, mas é o mais próximo da realidade, uma representação do real e não o real em si. Cria-se toda uma aurora para a escrita, a narração não é ficção, a narração é literalmente a arte do dizer, o uso das estratégias linguísticas na construção do discurso.
"Algo na narração escapa à ordem daquilo que é suficiente ou necessário saber e, por seus traços, está subordinado ao estilo das táticas" (p. 154)
Presente também nas considerações de Foucault, a narrativa dispõe de inúmeros elementos linguísticos escritos para se constituir. A retorica também é evocada, criam-se novos arranjos para a descrição da historia vivida. Certeau fala de Decartes, Kant e Detienne. Detienne opta por uma história em narrativa, ela possui um repertório literário vasto, que é lançado mão quando conta a história.
" Para compreender a relação entre o relato e as táticas deve-se encontrar e demarcar melhor um seu modelo científico mais explicito, onde a teoria das práticas tenha precisamente por forma uma maneira de narrá-las." (p. 155)
Certeau fala da astucia no processo de escrita, a seleção de comportamentos numa determinada situação, escolhendo a melhor forma de agir.
Passado é perda de lugar, mas brilho no tempo, que fica guardado na memória, ativada somente em ocasiões oportunas. As experiências são acumulativa e reelaboradas a partir de cada ocasião. Certeau então propõe uma fórmula para se pensar como acontece os movimentos entre as forças da memória, o tempo e os seus efeitos, em função das ocasiões. As ocasiões fogem desse controle em princípio ao que Certeau propõe, ele justifica situando as ocasiões como dimensões qualitativamente heterogêneas.
Apesar de toda essa imprevisibilidade da ocasião, Certeau destaca dois elementos, o tempo e o espaço e os defini da seguinte maneira:
Espaço inicial ---- Memória ---- Ocasião --- Modificação
Essa operação, segundo Certeau deseja modificar o possível, se utilizando de recursos invisíveis, como tempo, que obedece suas leis, mas que alguma coisa do espaço carrega consigo. Essa ação é tão meticulosa quanto a linguagem que modifica os personagens e dá um novo sentido a interpertação histórica.
Certeau então faz uma pergunta crucial: Como o tempo age e se organiza no espaço? Ele diz que este é o instante de promoção da arte. A memória se mobiliza a ocasião e a ela se molda, ou seja, a memória não possui um lugar próprio, ela se adequa a circunstância, quando a memória sofre a alteração e se modifica de acordo com a circunstância, parte dela vira lembrança.
Certeau fala então da arte da memória, da sua sempre presença e nem sempre percepção, ele define a memória como prática reguladora das alterações, a memória recorre a lembrança cada situação respondendo a um chamamento.
"Essas particularidades têm a força de demonstrativos: aquele sujeito ao longe que passava inclinado... aquele odor que nem se sabe de onde subia... Detalhes cinzelados, singularidades intensas funcionam já na memória quando intervem na ocasião."(p. 164)
A memória possui uma mobilidade que escapa a fragmentos, constitui uma outra arte do fazer que restaura os lugares e se move a pertinência do tempo. Assim esses elementos que constroem a história nos rodeiam a todo momento, tagarelas e astuciosas, reconhecemos então a arte do fazer da memória.

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Segunda Parte - TEORIAS DA ARTE DE FAZER - Capítulo 5 – Artes da Teoria

Até aqui Certeau enfatiza a pesquisa pela linguagem, o discursos teórico feito a partir a análise de outro discursos. Agora ele questiona como pode se realizar pesquisas que não sejam baseadas na análise do discurso. No capítulo anterior ele se referenciou a Bourdieu e a Foucault, com relação a pesquisa sobre as práticas não discursiva, relata também que essa é uma prática que remonta as pesquisas anteriores de Kant. Bourdier explica suas expectativas a partir do que ele entende por habitus, diz que a natureza da pesquisa não se limita ao isolamento, ele diz que é na intervenção que a teoria e a prática se encontram. Bourdieu/Processo estratégico
Foucault/Efeitos e procedimentos
Os procedimentos de isolamento de dados ou fronteiriços, são iniciados no século XVIII, quando se configurava o saber científico em oposição ao popular, onde o cientificismo advém dos questionamentos do empirismo. Certeau diz que não se trata de uma dicotomia entre teoria e prática, mas ele nomeia como diferentes operações, uma discursiva e outra não discursiva. No que se refere ao discurso Certeau diz que o elemento histórico fundamental quando organizado pensamento e as maneiras de fazer e regulam as operações diante de cada situação é a ordenação do saber fazer.
Se há um estatuto para o saber-fazer discursivo, qual será o do não discursivo? A questão da organização do capitalismo e da organização da produção apareceu, ele classifica como engedrosos, complexos e operativos. A metodologia seria a "descrição". A escrita da enciclopédia seria a prova da descrição a partir do não discursivo. Certeau questiona o estatuto da cientificidade, mas diz que é importante reconhecer as fragilidades desse estatuto, pois a cientificidade do conhecimento social se modifica a todo momento, se reinventa,se remodela. Nesse redimensionamento constate da história, o referido autor associa o caráter constantemente redimensionado da História a Arte.

"Todas essas Gatas Borralheiras, a ciência há de transformá-las em princesas. O princípio de uma operação etnológica sobre essas práticas já se acha então posto o seu isolamento social pede uma espécie de "educação" que graças a uma inversão linguística, vai introduzi-las no campo da escritura científica." (p. 139)

Certeau se refere ao conhecimento cotidiano como 'impróprio', de uma linguagem do saber-fazer própria e que esse conhecimento 'impróprio' é transformado de conhecimento de senso comum a conhecimento científico.
As práticas históriograficas dos séculos XVIII ao XX se resumiam ao ato descritivo "sem interpretação", pelo menos essa era a prentesão, dando um tratamento diferenciado ao discurso e a prática social, o discurso seria o dado, a prática social a lenda.
Artes do fazer - A prática sem a teoria
A arte do fazer não necessariamente precisa do crivo científico para existir, por isso, antes do século XIX era considerado um saber 'vulgar'. O saber fazer cotidiano, que carateriza a arte do fazer,  isola essas práticas cotidianas em espaços próprios, descartando o saber fazer do campo da cientificidade. Essa é uma das perspetivas estudadas pela micro-história, um privilégio a descrição das práticas cotidianas a partir da narratividade.
Certeau denomina o saber-fazer como um saber não sabido, como um saber que seus produtores não o conhecem, o produzem mas não tem consciência do que aquilo representa epistemologicamente, sem consciência. O saber cotidiano ainda é uma incógnita para os quem o produz, há saber, embora inconsciente. Certeau diz que os que tem essa consciência são privilegiados e que esse privilégio é intencional. 
"Sobre três séculos, malgrado os avatares históricos da consciência ou as definições sucessivas do conhecimento, paira sempre a combinação entre dois termos distintos, de uma parte um conhecimento referencial e 'inculto' e, da outra, um discuso elucidador que à plena luz produz a representação inversa de sua fonte opaca."(p.144)
Certeau falando de Kant, quando diz que o autor destaca a relação da arte do fazer (kunst) e a ciência (essenschaft) ou a técnica  e a teoria. Kant considera a arte do fazer como a essência das ações e o juízo, ou consciência como meio termo. A arte seria a transformaçãoes. Os envolvidos nessa prática também influenciam no equilíbrio e a modificação sem comprometê-la.
Kant fala do provérbio "Pode estar certo na teoria e de nada valer na prática", como a aproximação entre sabedoria popular, juízo e estatuto científico, gerando uma série de debates por seus pares. Segundo o entendimento de Kant o saber-fazer não é intitulado como princípio, mas como mote para pesquisas científicas, a arte do pensar é dependente tanto das práticas ordinárias como da teoria. Continua dizendo que existe algo a ser praticado, algo que escapa e que não pode ser mesurado. O que acontecesse é dizer sobre o que os outros dizem a arte e não interpretá-lo como ele é, pois isso só os nativos conseguiam.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Segunda Parte - TEORIAS DA ARTE DE FAZER - Capítulo 4 – Foucault e Bourdieu

Certeau inicia esse capítulo falando dos problemas dos procedimentos que envolvem a análise da realidade através do discurso. Para isso ele usa o que as considerações de Foucault e Bourdieu. Foucault, segundo Certeau, inicia suas reflexões falando do controle estabelecido pelo discurso, envereda pelo seu campo teórico, falando do poder que controla a realidade linguisticamente, da liberdade ou da falta dela. Certeau caracteriza a perspectiva de Foulcault, principalmente quando o segundo o autor, Foucalut usa como exemplo o sistema penitenciárioe, com sua concepção excludente, falando tamnbém dos manicômios, para exemplificar suas concepções de controle. Certeau caracteriza o que Foucalt chama de nova perspectiva metdológica: "o estilo". O elemento de poder linguístico, segundo Foucalt, remonta a história a partir de um sistema contemporâneo proliferante, ou seja, ele isola o ato de falar e o relaciona com a densidade do corpo social, cisrcunstâncias e estratégias que o levam a tal status. O controle discursivo/linguístico para Foucault é "uma arma para combater práticas heterogêneas e para controlá-las"(115), ou seja, é usado para aprisionar e nivelar opiniões. Bourdieu diz que para se compreender o discurso e a realidade nele representada é preciso estar fora do ambiente de pesquisa para compreender as práticas descritas. Segundo Certeau, Bourdieu estuda o estreito entre a etnologia e a sociologia, estuda uma prática examinando elementos como ciclos, parentescos, movimentos corporais, elementos discritos nos discursos entre as épocas. Ele prega também o afastamento do pesquisador para melhor análise do ambiente cultural. Mas as estratégias usadas paral tal são mobilizadas através de postulados, regras e habilidades, que aparecem de acordo com cada situação. Existem também os princípios implicítos nos discursos, que devem ser respeitados para a manutenção da ação. As regras explicitas que andam no campo do negociável , para atuar nesse campo são necessárias estratégias e combinações que rodeiam essas regras. Nesse jogo de regras e pertinêcias cada situação se articula da maneira mais comoda para os seus participantes. A compreensão da lógica social aparece através das transferências e metaforizações discursivas, ele cita como elemento de categorização alguns procedimentos essenciais, que são, segundo Bourdieu: A politética, a substituibilidadee a eufemização. Bourdieu faz um movimento de criação teórica e passa a falar da formação do capital ou de práticas de uma economia do lugar próprio, o aumento do capital (material e simbólico) que gera o patrimônio (lugar da prática enunciativa e o seu grupo de gestão) e o indivíduo corpo, com astúcias e fracassos. A economia, nessa visão, busca manter essas duas instituições. Bourdieu atua nas noções desse contexto, conhecera a problemática do lugar. Certeau diz que não defini como possível Bourdieu determinar seu estudo, diante da necessidade de uma etnologia em uma sociologia. Nesse sentido a sociologia (estruturas objetivas e regularidades) vem para falar da adequação das práticas as estruturas ou das estratégias diante das situações, Bourdieu se vale do que chamamos de gênese. Essa gênese a que ele se refere, atua como estrutura (aquisição) e a prática (o hábito), ou seja, as práticas são os elementos que são adquiridos, expressos em determinadas situações que são a manifestação da estrutura. Essas práticas não são lineares, são produtos dos diversos diálogos que promoveram a sua interiorização e exteriorização de acordo com a situação. O interesse de Bourdieu era como essas práticas são geradas e como essas passam a ser hábito.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Primeira Parte - UMA CULTURA MUITO ORDINÁRIA - Capítulo 3 – Fazer com: usos e táticas

Certeau continua fazendo sua análise do Everyday, pensando nas situações cotidianas, sendo assim, ele diz que há uma linha de ação específica, como por exemplo, as diferentes forças que atuam nas situações do trabalho e no lazer. Cada lugar precisa de operações condicionadas a esses lugares e as estratégias produzem distintos tipos de operações que são utilizadas pelas táticas. As operações se constroem da organização e reorganização constante de elementos culturais que transitam a medida em que as pessoas se identificam entre si e com os lugares. O reconhecimento dessas ações se estabelece como usos, não como prática utilitária, mas como prática significativa. Por exemplo, quando uma pessoa assiste a TV, o que ela produz a partir desse consumo? Como ele consome e o que ele produz a partir do processo de “aculturação” a qual foi submetido? A Tv age como um colonizador, marcando território, desrespeitando a raiz cultural do colonizado. A TV também enraíza a cultura do consumo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Primeira Parte - UMA CULTURA MUITO ORDINÁRIA - Capitulo 2 – Culturas Populares

Certeau inicia falando da mudança de campo da sua pesquisa, agora ele direciona suas atenções para uma “arte brasileira”. Esse estudo acontece inicialmente no nordeste, aborda em princípio as questões das disparidades sociais, da ausência do poder do Estado de forma efetiva. O autor denuncia a presença do que hoje chamamos de “coronelismo”, a vida com privações tanto de expressão como econômica do povo sertanejo e vê a expressão da cultura religiosa como válvula de escape para o sofrimento. O sertanejo possui uma linguagem e atitudes próprias para fugir da opressão, acreditam  que existem seres que podem ampará-los em sua realidade miserável, um exemplo disso é a crença forte e milagrosa em Frei Damião. Devido a esse estado miserável de vida, não mais reconhecem o poder legitimo do governo estatal. As referências milagrosas agem no imaginário popular e tomam um lugar que deveria ser ocupado pelas ações do governo, principalmente no que se refere a ações ante o flagelo sertanejo. Os relatos milagrosos aparecem na interpretação de Certeau como utópicos, tendo em vista que ele entende essa crença como fuga da opressão dos coronéis locais e do triste cotidiano. Ainda nessa perspectiva, a religião aparece tanto como instrumento de fuga como de obediência, no momento em que estabelece leis e preceitos que as pessoas devem seguir. Orientações advindas de contextos externos e que são introduzidas na realidade do Nordeste via religiosidade. A pesquisa que Certeau realiza busca observar as operações culturais cotidianamente e esse a tipo de metodologia ele dá o nome de “Everyday”. A observação no que concerne a linguagem continua e ele a chama de “Everyday language” e delimita o texto como “enunciação proverbial”. Nesse sentido, acontece a análise histórica também pela linguagem, retomando o que foi trabalho no capítulo anterior, considerando o ato da palavra como um procedimento de natureza enunciativo, com articulações e intervenções nas práticas sociais. A linguagem aparece como elemento incomum, um postulado ou ainda como tipos específicos de operações nas conjunturas históricas, ela caracteriza grupos específicos e aparece em situações específicas. Certeau entende que os métodos de sua pesquisa favorecem os estudos dos elementos estruturais na sociedade, sem os quais ela não poderia existir. Ao estudar a linguagem cotidianamente, Certeau diz que os opressores  usam técnicas de persuasão e convencimento no seu discurso. A produção e a interpretação do discurso são pensados de maneira que possam produzir uma nova ordem cultural, seja ela de esclarecimento, alienação, etc.  O autor defini ainda os instrumentos metodológicos dessa etapa da pesquisa são “modos de usar, as coisas ou as palavras segundo as ocasiões”, diz ainda que essas práticas são realizadas por sujeitos em diferentes movimentos ou operações, assim o discurso é marcado por presenças e ausências, por usos de determinadas estratégias de enunciação, selecionando os elementos de trocas culturais. Quando Certeau se refere aos jogos e artes do dizer, ainda na interpretação linguística, ele diz que a linguagem está submetida à lógica dos jogos de ações relativos aos tipos de circunstâncias. Esses jogos são operações disjuntivas proporcionadas pelas situações que acontecem em cada sociedade, essas ocasiões articulam os jogos de palavras e estas constituem suas regras e sua memória, articulando novos lances, numa constante reorganização. Em cada acontecimento há uma aplicação específica de linguagem e atitudes, a cada situação e a cada uso os repertórios ficam guardado na memória para, assim que necessário, serem usados novamente. Na verdade esse capítulo se trata da investigação histórica a partir das práticas enunciativas sociais, semelhante ao capítulo anterior. Certeau retoma o discurso sobre a religiosidade sertaneja para dizer que as histórias religiosas aparecem como salvadoras, por representarem aquilo que, na vida cotidiana do sertanejo, de fato não existe, o paraíso. É a voz do oprimido perante o sistema que ora vigora. Essas histórias são entendidas como práticas de ação a serem possivelmente reproduzidas numa dimensão imaginária. Sobre as operações culturais Certeau diz que “toda sua cultura se elabora nos termos de relações conflituais ou competitivas entre mais fortes e mais fracos sem que nenhum espaço, nem legendário ou ritual, possa instalar-se na certeza de neutralidade” (p. 86). O autor fala de uma hierarquização social que coloca num lugar distinto a cultura popular e se pergunta como superar essa perspectiva. Em busca de seu lugar social, o popular procura uma inserção e é ai que entra o que Certeau chama de “Prática de dissimulação: a sucata”. Ele faz toda uma narrativa sobre a introdução da sucata na sociedade, como retorno daquilo que a própria sociedade descartou, o uso da sucata seria como uma reintegração do pobre na vida em sociedade. Da linguagem ela vai para a inserção das diversas camadas sociais no sistema capitalista, excludente, egoísta, onde a realidade se mostra sombria. “Aparece ai como excesso (desperdício), contestação (a rejeição ao lucro) ou o delito (atentado contra a propriedade). A sucata aparece como um instrumento de “inclusão”.

A Invenção do Cotidiano - Michel de Certeau - Primeira Parte - UMA CULTURA MUITO ORDINÁRIA - Capítilo 1 - Um lugar comum: Uma linguagem ordinária

Capítilo 1 - Um lugar comum: Uma linguagem ordinária


Nesse primeiro capítulo Certeau trata da linguagem como objeto de estudo da história, denomina o homem comum como homem ordinário e diz que é no seu discurso que aparecem vestígios de suas experiências culturais e onde ele expõe sua trajetória sócio-histórica. Freud entra nos comentários de Certeau quando defende que o homem ordinário é pilar do fazer histórico ao produzir cultura, este mesmo homem ordinário fala de um lugar comum, que sempre adquiri novos contextos cotidianamente. Nesse sentido o autor passa a estudar a everyday life, buscando uma cultura que foge dos modelos teológicos,com elementos que se aproximam e se distanciam de culturas diversas e dos personagens que ele denomina de perito e filósofo. Os dois figurantes nessa denominação são indissociáveis, tendo em vista que, o filósofo leva para o campo social o que o perito discute no campo científico, um complementa do outro. O perito atua numa área mais pragmática e o filósofo na subjetividade. Certeau fala do afunilamento (especialização) do saber, das narrativas e massificação do “saber”. Nesse caso ele chama o exame rigoroso da língua (seu objeto de fato até aqui) de Wittgestein, com  o intuito de explorar a metafísica do que é dito pelo sujeito social. A partir de então ele descreve uma série de recursos linguísticos, que não precisam necessariamente recorrer ao passado para auscultar elementos históricos. Certeau diz na perspectiva da análise linguística a cultura não possui um referencial formal, pois ela não se reduz a um elemento técnico, é dinâmica, poliglota, multifacetada, sem amarras. O objeto de estudo é o homem ordinário e sua linguagem ordinária. Apesar de toda a discussão Certeau diz que o Wittgenstein se reduz a verdades linguísticas, busca compreender a realidade social através de pequenos retalhos do ambiente sócio-cultural em que os sujeitos estão inseridos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Confira listão do Vestibular 2012 da UFPE

Confira AQUI o listão do Vestibular 2012 da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atenção a uma mudança importante: além dos nomes dos feras aprovados, também consta na lista os remanejáveis (têm chances de serem remanejados) e também os eliminados. É preciso estar atento à situação do candidato.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

8 dicas para ser feliz no trabalho em 2012


Estar satisfeito com seu trabalho não significa estar plenamente feliz. Quer saber como estar contente produzindo?


(Crédito: tan4ikk / Shutterstock.com)
(Crédito: tan4ikk / Shutterstock.com)
 
Ser feliz no trabalho não é fácil. Não é que a maioria esteja infeliz trabalhando, mas está somente satisfeita. É necessário dar um impulso para seu estado de espírito enquanto estiver no escritório. Assim, você produzirá mais e trabalhar não será simplesmente algo normal, satisfatório; mas algo que traga felicidade a você.
 


 
Confira 8 dicas para ser feliz no trabalho:
 
 

8 dicas para ser fe Escolha

Felicidade é questão de escolha. Você pode escolher ser feliz no trabalho. Infelizmente, poucos têm o emprego dos sonhos. Portanto, pense positivamente. Alimente-se dos aspectos que você gosta no seu trabalho, evite fofocas e pessoas negativas, procure companheiros de trabalho com quem você gosta de trabalhar. Suas escolhas definem sua felicidade no trabalho.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Faça algo que você ama todo dia

Olha para e pense nas suas habilidades e interesses. Tem que haver alguma coisa que você gosta de fazer no seu trabalho. Se você fizer alguma coisa que você ama todo dia, seu trabalho atual não será tão ruim.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Assuma responsabilidade pelo seu desenvolvimento profissional e pessoal

Não adianta dizer que seu trabalho não proporciona desenvolvimento profissional. Você só se acomoda porque quer. Seu chefe não vai pegar na sua mão e ensinar o que fazer pra crescer. Assuma responsabilidade pelo seu desenvolvimento profissional, afinal, quem ganhará mais com isso é você.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Não seja um funcionário passivo

Às vezes, as pessoas reclamam por não receber informação suficiente do que está acontecendo no trabalho. Não espere que seu chefe faça a ponte entre a empresa e você, pois ele não fará. Sabe por quê? Porque seu chefe está ocupado fazendo o trabalho dele e ele não sabe o que você não sabe. Portanto, tome as rédeas do seu trabalho, procure informações para trabalhar eficientemente e tente depender o mínimo dos outros.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Pedir feedback frequentemente

Você já se pegou queixando-se de que seu chefe nunca dá feedbacks? Admita, você sabe exatamente se está trabalhando bem ou mal. Principalmente se você acha que fez algo bem, você só quer ouvir um elogio. Não adianta culpá-lo por não dar feedbacks e, por isso, você nunca sabe se está indo bem ou mal. Além disso, se for tão importante, peça-o; ele não vai negar. Mas aprenda, às vezes, se ele não falou nada é porque está satisfeito. Tenha certeza de que se houver algo que ele não gostou, ele te procurará.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Faça promessas que você pode cumprir

Uma das coisas que mais causam estresse e infelicidade é não conseguir manter promessas. Há muitos funcionários que, em vez de gastar o tempo deles cumprindo a promessa, o perdem procurando desculpas e se preocupando por ter assumido um novo compromisso. Por isso, organize-se e não se voluntarie se não tiver tempo. Isso só trará mais estresse para seu ambiente de trabalho.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Evite negatividade

Escolher ser feliz no trabalho significa evitar conversas negativas, fofocas e pessoas infelizes o máximo possível. Mesmo que você esteja contente, negatividade é transmitida muito facilmente, não deixe que ela o atinja.  
 

8 dicas para ser feliz no trabalho - Faça amigos

Ter bons amigos no trabalho motiva, porque você está perto de pessoas de que você gosta. Desta forma, você trabalha melhor e mais feliz. Por isso, faça um esforço para ter amigos; você pode acabar adorando seus companheiros. Além disso, amigos fornecem apoio, suporte, recursos e preocupação.